sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sem Titulo

Ela queria ser amada, ainda.
De modo diferente, olhada, acarinhada, começar de novo, escrever cartas de amor, breves mensagens, talvez.
Alguém que a desejasse porque não a poderia ter, logo.
Alguém que a protegesse porque a não podia magoar. Alguém que a sonhasse por ela mesma, pelos sonhos que ela não conseguia, já.
Imaginar a sua voz, longe.
O toque de uma pele que não conseguia, por breves instantes. O beijo de uns lábios novos no seu corpo, raso.
Perder-se numa solidão que não sabia que sentia. Habituara-se a estar sempre acompanhada sem tempo para perceber que estava mais só, ainda.
Uma voz que não lhe gritasse, que não a magoasse, que não a desejasse, que não a ansiasse, mais.
Um olhar, do outro lado, que ela só queria que a visse, primeiro.
... mas perdeu-se, e voltou onde estava, igual.
Nem ele a percebeu, perdida.

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