sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

GUCCI



Nem triste, nem contente aquele homem continuava com um sorriso interior porque agora estava consciente de que tinha um limite. Sabia qual o seu prazo final e só tinha que decidir como queria estar até lá. Saber que se destrói por dentro, que nada o pode impedir de chegar lá mais depressa, dava-lhe uma sabedoria de vida igual à dos velhos, porque também eles sabem do seu fim próximo. Sorri como nunca à mulher que passa por ele. Agradece com vontade à jovem que vende guloseimas. Telefona a um amigo porque sim. Escreve um poema à janela da sala. Com riscos, traços, espirais, sonhos, ternura, mas nunca ódio ou raiva. Um poema vivo de vida, que grita sorrisos e chama por outros que não terão tempo. E continua a sonhar com um amor que conhecerá por breves momentos.

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