terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ACQUA di Gio

Senta-se num sofá e deixa que o tempo viaje para um Tempo, longe. De tão LoNgE esse TeMpO parece-lhe oNtEm. Pingue, pingue! Há um beijo que ainda lhe percorre os lábios, que aquece, e um corpo que aperta o seu. Pingue! O Tempo de ontem volta cheio de força e vivo prende cada poro nesse passado de ontem. Pingue, pingue! Os olhares que se cruzam, o medo de se aproximarem, o cheiro de chá ao longe e no meio de tantos encontram-se. Pingue! O sabor de um beijo desejado que se perdeu no tempo-ontem. Sentir um pulsar que dá vida a uma outra vida feita de tempo. Pingue, pingue! Os meses pAsSaM e no mesmo sofá em que meses aNtEs viu o tempo passar-lHe, vê-se agora cheio de tempo-ontem vazio. Pingue! Uma foto que guarda um sorriso ainda em tempo de ser alegria. Um cheiro que salva do tempo-ontem hoje. Pingue, pingue! A casa que construíram em sonhos no tempo de ser tEmPo, destrói-se com a r a p i d e z com que não se c o ns tr ui u. Pingue! E as viagens ficam nesse tempo feitas de neve e de chuva. Pingue, pingue! E por única companhia a torneira, lá longe no seu tempo, que mal fechada não deixa esquecer o tempo-hoje com as lágrimas que lá correm, p i n g a . . .

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